quarta-feira, 25 de maio de 2016

                                                    Tudo acaba em pizza

           Uma das heranças gastronômicas que recebemos dos italianos é a pizza. Foram os italianos que aprimoraram e cuidaram de espalha-las pelo mundo, mas o hábito de comer um tipo de pão coberto com recheio começou muito antes.
            Três séculos antes do nascimento de Cristo, os fenícios cobriam pães com carne e cebola. Esse pão chamado piscea, era parecido com o pão sírio, egípcios e outros povos antigos já fabricavam uma massa à base de água e farinha(de trigo, grão-de-bico ou arroz) e assavam em tijolos quentes.
            Durante as Cruzadas, no século XI, o pão turco desembarcou no porto de Nápoles. Os italianos gostaram tanto da novidade que começaram a aprimorar a iguaria, utilizando farinha de trigo de boa qualidade e recheios como queijo e linguiça. No século XVI foi acrescentado o tomate, levado da América pelos espanhóis e incorporado à pizza, deixando-a mais ou menos como conhecemos.
             A diferença é que a massa era dobrada ao meio para comer. O formato redondo só seria popularizado no século XX, para facilitar a vida de quem estica a massa e evitar desperdício, já que, no formato quadrado, as bordas tinham que ser aparadas.
            Em 1889, um padeiro de Nápoles, Raffaele Espósito, fez uma homenagem à Rainha Margarida, esposa do rei italiano Humberto I, confeccionando uma pizza com ingredientes que lembravam as cores do país: tomate(vermelho), queijo(branco) e manjericão(verde). A Rainha adorou o prato. O padeiro tornou-se o primeiro pizzaiolo da História, batizou a pizza com o nome da homenageada. O nome pegou rápido e está até hoje no cardápio das pizzarias.
             No Brasil, as pizzas chegaram com os imigrantes italianos e logo caíram no gosto da população. No começo do século XX, o napolitano Carmino Corvino oferecia em sua cantina no bairro do Brás, tradicional reduto de italianos em São Paulo, as famosas pizzas napolitanas, o que o torna um dos precursores das pizzarias na capital paulista. Corvino, conhecido como "dom Carmeniélo", também pode ter inaugurado o delivery, já que vendia as pizzas pelas ruas da região de sua cantina, em grandes latões e sempre quentinhas.
              A expressão "Tudo acaba em pizza" não nasceu na política, e sim no esporte. Na década de 1960, dirigentes da Sociedade Esportiva Palmeiras iniciaram uma longa e acirrada discussão sobre a crise que a equipe atravessava. A reunião, que durou cerca de 14 horas, foi recheada de debates e discussões dos cartolas, que culpavam uns aos outros pela fase ruim do time.
             A certa altura, sentiram fome e foram para uma cantina que ficava ao lado da sede do Palmeiras, na zona oeste de São Paulo. Depois de comerem mais de uma dezena de pizzas, tomarem muito vinho e chope, já tinham esquecido as brigas por causa do futebol.
             O jornalista Milton Peruzzi , que trabalhava no jornal Gazeta Esportiva e acompanhou toda a tensa reunião e a posterior confraternização, escreveu a manchete no dia seguinte: "Crise no Palmeiras termina em pizza".


FONTE: Revista Aventuras na História

3 comentários:

  1. Bah, me deu até fome. Essa do tudo acaba em pizza do Palmeiras eu não sabia. Gostei

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    1. Eu também não fazia ideia que tinha surgido no futebol.

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  2. Bah, me deu até fome. Essa do tudo acaba em pizza do Palmeiras eu não sabia. Gostei

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